A Iberdrola desenvolveu duas ações de formação, no âmbito da construção do Sistema Eletroprodutor do Tâmega, nos dias 13 e 16 de maio.
Esta formação, realizada em Ribeira de Pena com os alunos do 8ºA, 8ºB, 10ºA e 11ºB do Agrupamento de Escolas de Ribeira de Pena, focou-se no conhecimento das espécies exóticas de fauna e flora existentes, ou que possam vir a existir, na região e os cuidados a ter para evitar a sua introdução ou propagação nas albufeiras de Daivões e Gouvães, novos ecossistemas criados, que precisam de ser cuidados de forma a manter-se a riqueza biológica autóctone da região.
O Plano de Controlo de Espécies Aquícolas Exóticas, enquadra-se na Declaração de Impacte Ambiental (DIA) do Sistema Eletroprodutor do Tâmega e no Contrato de Concessão e tem como objetivo melhorar a biodiversidade das espécies autóctones da região mediante a prevenção da introdução/ propagação de espécies exóticas.
A principal medida para prevenir e controlar o avanço destas espécies é a formação dos possíveis utilizadores das albufeiras, como por exemplo, as escolas, os pescadores, entre outros, assim como, outras medidas, que passam pela distribuição de panfletos e colocação de cartazes informativos nos principais acessos às mesmas.
Durante a formação, os jovens estudantes aprenderam a reconhecer as espécies exóticas que não deverão permanecer/aparecer naquelas imediações, uma vez que poderão impedir o desenvolvimento das espécies nativas, ao colonizarem o ambiente em que se inserem, competindo pelo espaço e alimentos ali presentes.
Várias espécies exóticas invasoras já se encontram amplamente distribuídas nestas áreas da região. Como exemplos de flora, a mimosa (Acacia dealbata) ou a tintureira (Phytolacca americana). Estas espécies ornamentais reproduzem-se facilmente nesta área e ocupam o espaço das espécies autóctones. Foram também registadas várias espécies de peixes exóticos invasores, tais como a percasol (Lepomis gibbosus), o góbio (Gobio lozanai) ou a gambusia (Gambusia holbrooki).
Por outro lado, o novo ecossistema criado pelas albufeiras pode favorecer o aparecimento de novas espécies invasoras, por exemplo, associadas à atividade dos pescadores, como o lúcio (Esox lucius); à utilização recreativa da albufeira, como o mexilhão-zebra (Dreissena polymorpha) ou a azolla (Azolla filiculoides); ou à libertação de animais de estimação, como a tartaruga americana (Trachemys scripta).
Por essa razão, outra das principais medidas para evitar a propagação de exóticas aquícolas, consiste em desinfetar os barcos e jet skis antes destes entrarem na albufeira, pelo que, estas formações incidiram, também, sobre como realizar corretamente esta desinfeção.
Durante a formação foram ainda analisadas algumas medidas incluídas no Plano de Compensação dos sistemas ecológicos - como a criação de charcas para anfíbios; a construção de caixas para morcegos e abrigos para invertebrados; a restruturação de habitats para os répteis; plantações florestais, entre outras medidas efetuadas para aperfeiçoar a biodiversidade do ambiente, sempre com base em espécies autóctones.
“O principal objetivo destas formações de Iberdrola sobre espécies exóticas é sensibilizar a população para a importância de preservar um ecossistema com uma rica biodiversidade baseada em espécies autóctones. Para isso, é muito importante controlar as espécies exóticas que se podem disseminar muito rapidamente, ameaçando a riqueza do ecossistema nativo”, referiu Sara Hoya, responsável pelo Meio Ambiente e Socioeconomia do Projeto Tâmega.