Falar de Gastronomia em Ribeira de Pena é falar de marcas do passado ligadas a uma economia de tradição agrícola, das histórias das suas gentes. É pois falar de cultura. É relembrar Camilo que aqui casou e viveu. Camilo que nos “Doze Casamentos Felizes” escreveu: “Vamos ao caldo, - disse uma das seis velhas…As alfaias únicas eram algumas colheres de pau. (…) Seguiu-nos para a mesa uma grandíssima gamela de batatas com a tona e, ao lado das batatas, uma escudela de sal. Mais de cinquenta dedos, incrustados de lama empedrada, convergiam sobre a gamela (…) Fiquei atónito, quando vi aquela gente rolar as batatas na escudela do sal e comê-las assim (...) estonei a batata salguei-a e soube-me que nem manjar de anjos. Em seguida ao aprezigo, veio o caldo: era de leite.” Pratos típicos de uma região onde tudo continua a nascer puro e natural: uma fritada de peixes do rio com arroz das vessadas, ou umas trutas do rio Beça; o cabrito das terras altas do Minho, e a vitela Maronesa; os Milhos, que podem ser ricos ou pobres; as couves com feijão. À sobremesa, as morcelas doces e o sarrabulho doce. A chila no forno. As maças Pipo de Basto. Para acompanhar qualquer um destes autênticos petiscos nada melhor do que um vinho de estalo, o vinho verde da Região.